Vinculação

 

A vinculação é o elo emocional que se forma entre uma criança e os seus pais ou cuidadores. A vinculação não é bem amor, nem é sinónimo de se gostar da criança ou de a criança gostar da sua família de acolhimento. A vinculação consiste num elo de confiança, segurança e numa ideia de permanência. Um bebé com um vínculo seguro sabe que, se chorar, a mãe ou o pai virão acudi-lo, sabe que será alimentado quando tiver fome, etc. Estas experiências ajudam o cérebro da criança a desenvolver-se em segurança e têm um efeito durador no modo como esta se relaciona com outros.

Uma criança com um vínculo inseguro, ou que teve cuidadores inconsistentes, que por vezes tomaram conta dela e por vezes não responderam às suas necessidades, não tem a certeza de ter alguém que a acuda se precisar, que tome conta dela quando está doente, que lhe dê comida quando tem fome, que a ajude a dormir se tem pesadelos, etc.

Sabe-se hoje que uma vinculação segura ajuda o bebé a desenvolver o cérebro, o que lhe permite mais tarde organizar o seu comportamento em muitas áreas e leva as crianças a aprender a autorregular-se.

A tarefa, por vezes difícil, da família é a de restabelecer a confiança da criança no seu cuidador, e é por este motivo que é tão importante que este saiba responder às suas necessidades mais elementares: dar-lhe comida a tempo, ajudá-la, tomar conta dela quando está doente. Na maioria dos casos, com tempo e paciência, o cérebro vai-se reprogramando lentamente e a criança começa a melhorar a sua capacidade de autorregulação.

importante

A vinculação entre a família de acolhimento e a criança não é automática, mas pode ser ensinada e aprendida, existindo actividades e técnicas parentais que podem ajudar as crianças e os seus pais a estabelecer e sedimentar vínculos.

DEVE HAVER VINCULAÇÃO POR PARTE DA CRIANÇA À SUA FAMÍLIA DE ACOLHIMENTO?

A resposta é sim. Não vai ser fácil, e a família precisa de ter cuidado e atenção para que a criança não sinta que tem de escolher entre os seus pais e a sua nova família, mas a investigação indica que as crianças que se vincularam às suas famílias de acolhimento (ou a cuidadores em casas de acolhimento) têm mais probabilidade de se conseguirem vincular mais tarde e de criar e manter relações emocionais mais sólidas.

CONSIGO AJUDAR A CRIANÇA A VINCULAR-SE?

Claro que sim! Não vai ser fácil, mas com paciência, rotina, e carinho tudo se consegue. Deixamos aqui algumas sugestões:

  • Brincar, brincar, brincar;
  • Fazer perguntas à criança. Diz-me de que precisas e eu ajudo;
  • Dizer sim o mais possível, ou ensanduichar o não no meio de muitos sins (ler parentalidade terapêutica);
  • Olhar nos olhos da criança e ser afectuoso. Evitar os proibidos (secção parentalidade terapêutica).

 

FICHAS DE APOIO

Attachment Focused Parenting, DDP network.

Os benefícios da brincadeira, The Karyn Purvis Institute of Child Development.

25 maneiras criativas de dar um toque saudável, The Karyn Purvis Institute of Child Development.