EM CASA
1. Chegada da criança
2. Plano
3. Casulo
4. As primeiras semanas
5. Retrocessos
6. Não és meu pai/mãe
7. Férias
8. Encontros com a família de origem
Não és meu pai / minha mãe
Não levará muito tempo até que a criança responde algo como “Não és meu pai, minha mãe”. Isto pode acontecer numa situação de confronto em que a criança está a ser admoestada ou a evitar fazer alguma coisa. Também pode acontecer num momento de conforto, em que a criança se sente bem e se lastima por não serem aqueles os seus pais. É importante que a família de acolhimento responda com calma, gentileza e amor nas duas situações.
Quando a criança não deseja fazer algo ou se está a portar mal e afirma que aqueles não são os seus pais, a família de acolhimento deve reagir de um modo tranquilo, sorrir, e dizer que sim, que é verdade, que a criança tem toda a razão. Contudo, mesmo não sendo os seus pais, querem que ela saiba duas coisas importantes: a primeira é que gostam muito dela e isso nunca vai mudar, e a segunda é que têm a responsabilidade de tomar conta dela, pelo que precisam que siga as suas indicações. Neste momento, podem explicar o motivo do pedido / a razão do ralhete, etc. Podem ler mais sobre batalhas de controlo aqui (link), não é útil entrar em luta com a criança, pode-se reagir com sentido de humor e brincar, mas é preciso que a criança saiba que tem de respeitar a família (leia sobre parentalidade terapêutica aqui).
Quando num momento de conforto a criança afirma que tem pena de que a família de acolhimento não seja a sua verdadeira família, esta pode responder explicando que gosta muito da criança e que o mesmo sucede com os seus pais biológicos. Lembre-se de que é provável que a criança venha a sentir algum conflito de lealdade, pelo que deve procurar reforçar a estima que tem pela criança, mas talvez (e dependendo da situação) sublinhar que os seus pais também gostam dela. O objectivo é que ela se sinta amada por muitos e com certeza de que esses laços não vão desaparecer.